
Quando a justiça climática inclui os direitos das mulheres da indústria da moda

A Febre é uma organização social que pauta a agenda da justiça climática para as mulheres da indústria da moda, nomeando as desigualdades e revelando as estruturas de poder que regem o setor.
Aos explorar clima, gênero e moda potencializamos ideias e ações a partir de uma abordagem interseccional sobre a maior história do nosso tempo: a crise climática.
Encontramos no terreno entre as ciências e as sabedorias empíricas o espaço para produzir conhecimento e desenvolver conteúdo original, contribuir com discussões e promover conversas essenciais sobre temas complexos, de forma colaborativa e plural.
Porque justiça climática?
A indústria da moda luta para dar resposta às suas contribuições para a tripla crise planetária: mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição. A cada ano, o setor emite 2-8% dos gases de efeito de estufa do mundo (UNEP, 2023), e mesmo assim ainda não é incluído, com sua devida responsabilidade, na agenda política quando se trata de abordar a crise do clima.
Nesse contexto, a justiça climática coloca a equidade e os direitos humanos no centro das ações, considerando as várias formas de desigualdade, tendo em vista que o Sul Global é fortemente afetado e a América Latina extremamente vulnerável.
Para brecar o colapso climático precisamos nos afastar dos combustíveis fósseis, combater as desigualdades e colocar os direitos das pessoas no centro das decisões.
Qual a relação entre clima, moda e mulheres?
É preciso reconhecer que gênero está intimamente ligado ao clima
Compreender a crise climática sob uma perspectiva de gênero, raça, classe e território ajuda a entender as vulnerabilidades específicas e traçar estratégias que possam alcançar as mulheres ao longo da indústria da moda.
As mulheres estão no centro da indústria da moda
A força de trabalho da cadeia têxtil e de confecção é composta majoritariamente por mulheres. No Brasil elas somam 60% de 1,34 milhão de empregos formais e 8 milhões considerando os indiretos e efeito renda (Abit, 2023).
As trabalhadoras estarão cada vez mais suscetíveis às consequências da crise climática
As mulheres enfrentam fenômenos como a insegurança alimentar em combinação com outros fatores, e tem meios limitados para se adaptar a estes desafios.
O modelo de negócio antiecológico
Se a indústria da moda continuar operando através do sistema atual, ela jamais será sustentável
Existe um problema maior - o sistema da moda - e sem seu desmantelamento e uma reestruturação radical não haverá possibilidades reais de uma produção de vestuário sustentável.
Dos impactos ambientais do uso de fibras provenientes de combustíveis fósseis à imensa quantidade de resíduos têxteis produzidos no mundo, a indústria se mostra um sistema que produz excessivamente para atender estimativas de crescimento e lucro que não cabem em um planeta de recursos finitos.
O caminho que nós acreditamos
MAIOR IGUALDADE ECONÔMICA, DE GÊNERO E RACIAL NA INDÚSTRIA DA MODA É VITAL PARA LIDARMOS DE FORMA JUSTA COM A CRISE DO CLIMA.
Sociedades mais igualitárias são mais capazes de gerir coletivamente os riscos e enfrentar os impactos das mudanças climáticas em curso. Também, em sociedades mais equitativas, as pessoas gastam menos em consumo e bens de status (Oxfam, 2023).
Queremos ações para além do discurso que transformem a indústria da moda de maneira significativa. Queremos justiça climática para as mulheres da moda.
O que fazemos

Consultoria
estratégica
Nossa consultoria em formato de oficina é voltada para empresas, e conta com ferramentas e metodologias para fomentar uma nova cultura empresarial. Guiamos as equipes para, em colaboração, criarem suas próprias jornadas de aprendizado e transformação. Ajudamos a identificar desafios e oportunidades para que surjam, a partir dos diálogos entre os funcionários, soluções customizadas e aplicáveis na prática.
Palestras
e Curadoria
Facilitamos encontros e oferecemos palestras para o setor privado, academia e terceiro setor, que inspiram mudanças concretas na indústria da moda. Buscamos aumentar o repertório das pessoas para que se tornem agentes de mudança. Isso acontece com conversas sinceras e debates aprofundados sobre questões que abordam a justiça de gênero, racial e climática. Também oferecemos e-books, guias e outros materiais para inspirar e educar.
Oficinas e treinamentos
Realizamos oficinas e treinamentos para trabalhadoras representadas por coletivos e organizações do terceiro setor. Por meio de atividade práticas, desdobramos questões que envolvem clima, gênero e moda de uma maneira acessível e interseccional em direção à ação conjunta. Queremos equipar trabalhadoras da moda com ferramentas necessárias para ampliar seu protagonismo e garantir seus direitos.
Desenho e execução
de projetos
Desenvolvemos projetos desde a concepção, escrita da proposta, planejamento e execução até sua entrega. Entre teoria e prática, academia e grande público, centro e periferia, colocamos as interações entre os atores envolvidos no centro de nossas ações para aprofundar discussões a partir de diferentes perspectivas.
Campanhas
de Impacto
Realizamos projetos multiplataformas de comunicação e impacto social, usando a produção de documentários como ferramenta de advocacy. Trabalhamos com organizações como Change.org, Fundação Lemman, Plan International e Open Society Foundation.
Publicações
Fazemos parte de uma rede de pesquisadores do setor produzindo artigos acadêmicos e também criando textos para a grande imprensa, em veículos como Carta Capital e Mídia Ninja. A produção de conhecimento na área dos estudos da moda ainda é pautada em um contexto euramericano, portanto a expansão do escopo investigativo com consideração de olhares periféricos e perspectivas analíticas de caráter contextual é necessária e urgente.
Nossos conselheiros







